E assim se passou mais uma gala dos globos de ouro, gala essa que se propõe a premiar o talento nacional.

 

Os convites, como é do conhecimento geral, são feitos pela SIC e pela revista Caras em parceria, e assim nasce uma lista de convidados, e aqui fica a minha primeira ressalva, e a minha primeira tristeza, a lista de convidados não tem de ser obrigatoriamente VIP e elitista, aliás, acho muito bem que seja ecléctica, transversal a várias pessoas e estratos sociais, a questão é que sinto que não é o que se está verdadeiramente a passar, do VIP e elitista evoluiu-se para o ecléctico pleno de bom senso, para algo que já não é nem uma coisa nem outra, nem elitista, nem ecléctico, é uma miscelânea de gente que se esgadanha para estar numa gala, que é do melhor e mais importante que temos, e de repente, que me perdoem, entre convidados mais ou menos elitistas, eclécticos, aparecem os convidados que são” os conhecidos do primo do filho da amiga da mulher do Alexandre”, que ninguém sabe quem são, e que tem o seu momento alto, de foleirice, aquando da foto da praxe, meus queridos da SIC e da Caras, a já lendária gala não merce isto.

 

Vi, com atenção redobrada, esta gala, através da televisão. Antes da mesma se iniciar, tinha estado perto de três horas a pentear quatro convidadas, e confesso, feliz pelo trabalho realizado. Apesar do cansaço, cheguei a casa e liguei a televisão para ver o acontecimento, é sempre um “happening”.

 

Sendo que sou um homem ligado à moda, e que se entenda moda no sentido global, e que inclui um todo, desde penteados, roupas, sapatos e outros “gadgets”, confesso que antes de me deliciar com o espectáculo em si, sou um espectador muito atento e muito exigente no que toca, como referi, aos visuais que desfilaram, e vou exclusivamente falar na elegância das senhoras, estou habituado a lidar e a trabalhar no meu dia-a-dia com senhoras extremamente elegantes e com muito bom gosto, daquelas que uma ida às compras, uma ida ao cabeleireiro, ou a uma gala, são, para as mesma momentos em que a sua imagem fica exposta ao público e como tal, têm sempre um cuidado extremo em escolher o “outfit” certo, mas sempre elegante apara o momento.  

 

Então, o que foi que vi, em termos de moda, nas convidadas deste ano?

O que eu vi na passadeira vermelha, durante a gala e mais tarde nas revistas, foi um desfilar de pura deselegância e mau gosto por parte da grande maioria das convidadas, isto não é má-língua, é apenas a minha opinião, pois não é com prazer algum que tenho de chegar e partilhar esta minha opinião, na verdade, custa-me, mas lá está, novamente, em nome da verdade, tinha de o fazer, para separar o “trigo do joio”.

Reforço, custa-me tanto escrever isto, simplesmente porque não sou má-língua, mas foi o que os meus olhos viram. E o que eles viram está taxativamente descrito e definido no conceito de deselegância.

 

Houve de tudo um pouco, mas em excesso: vestidos mal-amanhados, decotes excessivos, posturas a pousar para as máquina fotográficas péssimas, com as mãos nas ancas e pernas abertas, maquilhagens completamente diferentes do rosto do lado direito para o lado esquerdo, uma verdadeira assimetria, e pasme-se, visível a olho nu, vestidos desadequados ao corpo de certas pessoas, enfim, não gostei de ver uma grande parte, para não dizer a maioria, da forma como as convidadas iam vestidas, calçadas, maquilhadas e penteadas, em abono das mesmas, porque tenho estima por muitas delas, estou em acreditar que a culpa não terá sido tanto das próprias, mas sim de quem as aconselhou, minhas queridas, agora abundam para ai as consultoras de imagem, cuidado, muitas delas não se sabem vestir a elas, quando mais a quem as procura.

 

Se isto é para ser a melhor gala do género em Portugal, ao menos que imitem em bom o que se faz lá fora, pois a organização e as convidadas tem acesso, através de vários meios de comunicação social, a possibilidade ver o que se passa nas passadeiras vermelhas no mundo inteiro quando há galas.

 

Somos sempre o mesmo, imita-se em mal, à Portuguesa. Também não faz sentido nenhum, a meu ver, o prémio de globo mérito e excelência ter sido atribuído à Rede GLOBO, bem sei que a Rede Globo é parceiro da SIC a nível de novelas, mas então a gala dos globos de ouro não é para premiar o talento nacional?

Que eu saiba, a Globo é Brasileira, de talento Brasileiro, onde 3 ou 4 actores Portugueses fizeram uma ou outra novela, para mim, e sem uma visão nacionalista e fechada, não foi bonito este momento, nem foi, tão pouco, a meu ver, um momento patriota e aqui eu questiono se certas categorias do Globo não são atribuídas em função de se se é ou não alguma cara da SIC. Tenho o direito de pensar assim depois deste prémio atribuído à Rede Globo.

 

Quero também dizer que achei que este ano as convidadas estavam menos despidas, nomeadamente as apresentadoras da SIC, mas valha-nos Deus, como é possíveis certas apresentadoras estarem naquele aspecto ridículo? O momento alto da noite, para mim, foram as palavras de Eunice Muñoz, essa sim, uma grande senhora que ergueu todo o coliseu de pé a aplaudir.

 

Quero aqui dizer, que um dia antes tinha estado no Hotel Tivoli a pentear umas socialites Brasileiras onde no meio de vestidos “Chanel”, “Dior”, “Gucci”, “Yves Saint Laurent”, “Dolce & Gabbana”, “Valentino”, no meio de jóias e jóias de perder de vista, e variadas, como diamantes, rubis, safiras entre outras, tudo “Chaumet”, “Tiffany e Cartier”. Depois de sair deste desfile de verdadeiro “glamour”, vejo, 24 horas depois, os Globos de Ouro, onde quero terminar dizendo esta frase: vinte anos de Globos de Ouro a premiar o talento nacional, parabéns à SIC e à Caras. Vinte anos a ver o mesmo e mais do mesmo, onde nada de extraordinário acontece, salvam-se alguns momentos de alguma emoção durante as galas. Perante este quadro, e para terminar, estas foram as 10 mais elegantes no meu elitista conceito de elegância.

Um bem haja!